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sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Blasfêmia derradeira! Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes



Blasfêmia derradeira! Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes

Sepulto em lápide fria toda blasfêmia
Infâmias urdidas no recôndito d’alma
Arte lasciva que me enfraquecia...
Excessiva crueldade que inflama

Jogo em cima da campa marrenta
O escarro que pousaste em meus lábios
Que transformei nesse beijo mascado
Em um girassol de despedida

E, não regressarei jamais...
Menos ainda ofertarei sobre os umbrais
Antes que o último verme se farte!
Deguste e sacie de tua carne moribunda

Cavo com mãos e unhas a cova mais funda
Para que se alojes nesse chão imundo
E ela tão movediça de ódio enfermo
Abrigue a tua carcaça ébria em sordidez

Em fúria tenta tragar-me mais uma vez
Saciar tua sede, gula disfarçada em altivez
Como sangue suga em último adeus
Só a lágrima silente da face escorreu

Mas... Parto viva, em chagas
Que hei de me curar dessa praga
Não verás e nem terás mais entregas
Que dediquei a ti pela estrada

Arfo meu peito tão dilacerado
De mãos vazias, alma cansada
E, caminhos tão cheios...
Mataste as esperanças e possibilidades

Deixo as blasfêmias que recebi como presente
Abandonadas em derradeiro féretro
Suspendo todos os cantos e lamentos
Não rezarei, não velarei, não chorarei

Que se fartem os abutres, os parasitas
Na farra do banquete das tuas entranhas
Estes de réus a vítima sombria
A relembrarem da passagem vadia

Morrerão tão breves, envenenados!

Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes
Referência: http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/ultima-blasfemia?xg_source=activity
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiastranscendentais/2497430
Veja o duo em vídeo:
Blasfêmia derradeira! Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=JDfbuvIOh54
Devo a Sheila Assis uma silenciosa revolução que agora perpassa a minha veia poética. Ao ler seus textos comecei a entender o que é poesia na sua essência, até então difícil para mim que ia apenas pelo impulso dos versos que brotam em minha alma. Começo então a dar uma guinada e a descobrir meu ‘eu selvagem’ que é para mim uma descoberta fenomenológica de um valor que só o tempo dirá o que se esconde por trás de minha alma. Isso para mim vale mais que mil análises de um eventual divã de psicanálise. Hilde

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