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quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Melancolia salutar


 

 

 

A melodia com notas agudas
Quer povoar todo este ambiente
Compõe um som das veias oriundas
Traz à memória verde inconsequente

Do homem feliz e triste como gente
Que se compraz sem pedir nada
Apenas ouve e sente a pauta da vida
Musicada que vem d’águas profundas.

O violino corta de repente
Choro entalado de lágrimas dadas
As notas perpassam como pontes
Células dançam eletrizadas

Sua alma magnetizada fica em transe.
E o amarelo da terra move quente
Tudo se dá de forma intensa
Ah! Como vive e tece cada instante

Rebobina suas reminiscências
Saudade em dó maior de suas vidas.
Que não há como aferir dessa essência
A nau parte, já é hora de tentar

Conhecer outras cores não puídas
Seria o arco íris em transcendência?
A compor a moldura do caleidoscópio
Pelas rotinas marrons amarradas.

Que não se depura pelo telescópio
Sentimentos que dão à partitura
A vibrar pelos tímpanos como ópio
O frenesi se dá em sua estrutura

Paletas coloridas da pintura
D’uma melancolia tão salutar.

Respiração das estátuas
Muito além das miragens
Envelope treme na espátula
Falam no silêncio das imagens.

Murmuram palavras ainda...
Mesmo quando elas cessam
À espera do toque biangular
No fascínio que se descortina

Tempo tu, perpendicular...
Ela, como ninguém, sabe lhe tocar.
Como uma distância muito ensaiada
Como outra vertente que paira no ar...

Afetos mútuos compartidos
Sentimentos agora transformados
Em inteligível paisagem audível.
Perfeito! Presente enriquecido.


Tendo então recebido ...

Requer reverência!
Para que a todos se dê ciência
Por estes dois intérpretes.

Duo: Fall & Hilde


 

 

Veja o poema em vídeo:

Melancolia salutar - Duo: Fall & Hilde


 

Nestes tempos pré-primaveris, dancei aqui embalado como um bico de beija-flor assanhado e adocicado, com o pólen do desabrochar das papoulas, em melancolia enternecedora que me embriagou às entranhas e me fez adormecer no colo quente e acolhedor da divindade poética do AMOR! Foi assim que senti e vivi esse mágico instante lúdico. Hilde

 

VISUAL - Duo: Graça Campos e Hildebrando Menezes

Cabelos impecáveis em cachos dourados A cada dia um novo penteado E lá vou eu em pensamentos mil Negra nuvem tempestuosa Esvoaçantes fios sedosos Da mais refinada deusa das letras Que nos acaricia em versos A poesia que lhe sai da alma E como é belo contemplá-la Assim na exuberância elegante Da mulher-fêmea que transcende Que dá para as janelas de minha alma E chove chuva derretendo plúmbeo céu De coração magoado que despedaçado Dói por desregrado amor Suas palavras bafejam minha mente Na intensidade doce e cálida Que me acaricia... Toca fundo Dos brincos e colares joias raras Há lápides de muitas amarras No rosto de semblante mítico A máscara disfarce de um riso Estampa a maestria da pujança Beleza rara que beija e avança E se recolhe no silêncio que purifica Suas mensagens a tudo desmistificam Um colo frio, mais parece um palco Intocável, vazio, sem plateia Mãos finas, aparentes delicadas Incapazes de ler as próprias linhas Embutidas na insegurança Corpo perfeito por aí afora Desfilo pela vida Povoando pensamentos que calam E ao mesmo tempo inflamam Amaciam a pele cansada Que transbordou da labuta Surge uma coragem adormecida Que pulsa e expulsa As vadias perfídias Oca oca oca vida Quer preencher as lacunas Na estrada íngreme das heroicas rugas Querem olhar a realidade nua e crua Enfrentar com destemor à luz Para aquecer-me o interior Desnudar-me diante do próprio EU As previsíveis marcas vêm surgindo A ilusão das aparências evidentes Eu preciso livrar-me dessa sombra E trazer à tona o brilho do meu SOL Assim vou me reconhecer de corpo e alma Na frente do espelho... Duo: Graça Campos e Hildebrando Menezes http://www.recantodasletras.com.br/poesiastranscendentais/3878267 Veja o poema em vídeo VISUAL - Duo: Graça Campos e Hildebrando Menezes http://www.youtube.com/watch?v=oRN7YlmtO5E

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

O TEU RISO !

Quando chega assim de surpresa O teu riso... Sem nenhum aviso Parece saído da toca, de improviso De um recatado canto do paraíso Ao sair da tua boca, ilumina tudo! Os caminhos, os seus escurinhos... Afugenta as sombras e penumbras Tira mensagens de amor do escaninho E adocica minha língua e dá cor... Como num caleidoscópio de arco-íris Com mil pincéis dançando pelos painéis Dando formato multicolorido aos retratos Assim meio que no deslumbre de pinel A face, meu corpo, a alma pede contato A abrigar o belo conteúdo dessa moldura Em timbre ritmado e melodioso à tua voz Fazendo vibrar os tímpanos com acordes Meu coração pula em disparada veloz Que ao ouvi-la tudo em torno se altera Cria-se um ânimo salutar que prospera Numa alegria que se manifesta em festa Apenas por um de seus leves movimentos Desperta o fluxo intenso dos pensamentos Como se tudo esperasse pelo teu toque Tão delicado, lapidado e sem retoques... Menina você não sabe e sequer concebe O poder que emana da tua presença Do riso mágico que meu ser inteiro bebe Mesmo quando você chega sem licença Revigora as forças e nos leva feito dança Só te imploro que não vá mais embora... Fica aqui comigo e seja o meu abrigo Ilumina a escuridão que vem lá de fora. Mesmo que eu possa ser só teu amigo Quero-a assim a sorrir até o final dos dias Para tanto prometo secar o meu pranto Estampar em atos, pensamentos a alegria E só te amar, tanto, tanto... Mas tanto! Que traduzirei esse encanto em poesia Que você não vai querer nenhum outro Portanto... Receba estes versos como canto De uma serenata entoada em tua sacada Como de um Romeu cantando à sua Julieta Numa bela e fascinante noite enluarada. Hildebrando Menezes Veja o poema em vídeo: O TEU RISO ! http://www.youtube.com/watch?v=1IkZLoAnSC4

O poder dos sonhos

O sonho é o ensaio da realização. É o esboço... Rascunho da ação. Quem não sonha, apenas sobrevive... Sem a emoção da preparação Para a plenitude da floração O sonho te conduz... Seduz! Prepara para um ser transcendente Ao final... Lá na ponta dos teus anseios... Como a te mostrar sem receios A luz que te ilumina e incendeia Na tua própria imaginação Do que poderá vir a ser em construção Porque em potência tudo é possível Acredite e não vacile... É plausível! Invista! Creia! Mesmo inverossímil Entra com tua alma no inatingível Que é chegada a hora pela aurora Fustigada pela sanha das esperas Os sonhos não são apenas quimeras São espíritos a nos conduzir pelas estradas A nos mostrar as reais possibilidades Para se alcançar a verdadeira felicidade Então... Não desdenhe pela dificuldade Pelo contrário... Coloque intensidade! Que o desejo vira uma bela realidade Mas é necessário também serenidade Para não ser reflexo de insanidade O amor... Objetivo maior... Há que ter lugar Porque é a pista... A sutil morada tão esperada Que retratará... Conduzirá na derradeira jornada De quem planeja os melhores próprios passos... Até que tudo se alcance ao sabor do compasso. Hildebrando Menezes Veja o poema em vídeo: O poder dos sonhos - Hildebrando Menezes https://www.youtube.com/watch?v=D4D4kGD0GgM&feature=player_embedded