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quarta-feira, 13 de junho de 2007

Se podes olhar, vê...










Se podes olhar, vê.
Se podes ver, repara.
Livro dos Conselhos

O homem não é nada além
daquilo que a educação faz dele.
- Immanuel Kant

Ahmad, de treze anos de idade, vende milho pelas ruas da capital afegã,devastada pela guerra, de modo a poder sustentar a si próprio e a sua irmã.

“Quando era pequeno, sonhava com o dia em que começasse a trabalhar.
Hoje eu trabalho. Já não sonho mais.”

Em Bombaim, Índia, garota perambula à noite pelas ruas, carregando
seu pequeno irmão. Ela conta que eles foram abandonados pelos pais,
e diz que precisa de um pouco de leite para seu irmão.

Em Medelin, Colômbia, gangues criminosas recrutam crianças com pouco
mais de dez anos de idade, como este garoto, que afirma ter matado cinco pessoas.

Infelizmente, pelo mundo afora, o crime estende prontamente os braços para as crianças às quais é negado o direito básico à educação, abrigo e proteção.

Numa rua do Recife, Brasil, garoto inala cola, enquanto cuida de sua irmã recém-nascida.

Berço, cama, casa, educação, escola...
Onde o mínimo é negado, sobram apenas o frio da calçada,
as mazelas, e a exposição a situações de risco...

No Brasil, as deformações do velho capitalismo atingem níveis alarmantemente cruéis.

Numa lista de 177 países, no quesito desigualdade social, o país aparece na oitava posição.

Mais injustos do que o Brasil, na distribuição das riquezas produzidas, aparecem apenas a Guatemala, e os africanos Suazilândia, República Centro-Africana, Serra Leoa, Botsuana,
Lesoto e Namíbia.

O aumento dos níveis de criminalidade e violência evidencia que o atual sistema social, - regido pela lei de todos contra todos, e que coroa o mais forte, o mais eficiente, o mais esperto -,
apresenta-se insustentável na sua essência.

E a este processo de desintegração social estamos todos submetidos, e dele somos todos, direta ou indiretamente, agentes.

Apenas poderemos reverter o atual quadro com a adoção de códigos de comportamento solidário,com profundas transformações internas nas nossas concepções quanto ao lucro e à distribuição de riquezas,
com a adoção de uma nova concepção ética e social.

Por quanto tempo ainda as crianças desafortunadas pelo mundo afora terão que esperar por um mundo mais solidário, onde é resguardado o seu direto básico, de cada uma e de todas elas, à educação,
à felicidade e a uma existência digna?

Enquanto isso, num orfanato na cidade de Penza, Rússia,
a pequena Tanyusha, com sua seriedade precoce, tenta
entender a absurda lógica que rege um mundo tão distante
da compaixão, tão em falta com suas crianças...

Albina, sua colega de orfanato, espia pela janela.
Com um presente de abandono, qual será o futuro que lhe espera?

A pequena Lena na sala vazia em silêncio brinca.
A infância é muito frágil para ser abandonada...

Nós, os privilegiados pelo destino, fomos poupados das privações
que afligem milhões e milhões de crianças pelo mundo afora.

A quem o sofrimento pessoal é poupado,
deve sentir-se chamado a diminuir o
sofrimento dos outros.
- Albert Schweitzer
Médico agraciado com
Nobel da Paz, em 1952

Isto seguramente se exige do homem: que seja útil a homens.
Se possível a muitos;
quando não, a poucos;
quando não, aos parentes;
quando não, a si.
- Sêneca

Somos todos iguais perante o dever moral.
- Immanuel Kant

Que tua alma dê ouvidos a todo grito de dor,
Tal como o lótus abre o seu coração para sorver
o sol matutino.
- A Voz do Silêncio antigo texto budista

Um comentário:

Lustato Tenterrara disse...

[b]De quem não cair uma lágrima...
Dos olhos... Deslizando pela face...

Podemos dizer... Vai... Vens...
Olhas de novo...
Percebas a dor...
O abandono...
O olhar no horizonte
que uma pequena menina
lança para o mundo...
Buscando, talvez, o teu olhar...

É... É só o que ela espera...
O Teu Olhar por sobre o Mundo!

Obrigado, minha amiga
que se diz apenas aprendiz,
e que, no entanto, é um Mestre
Por lançar sementes de amor
por sobre o mundo.