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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

TEMPO DE NÓS DOIS... Houve um tempo, eu era menina Achava que o tempo nunca passaria E passou E eu como menino franzino Não vi o tempo passar Na minha alegria de pequenino Eu queria crescer muito depressa Igual ao fogo subindo a campina E cresci Eu só pensava em brincar Correr atrás da bola... Nadar, caçar e pescar Então, adolescente queria ser livre Liberei-me Mas depois de novo me prendi Quando virei rapazote Peguei a mochila E caí no mundo Queria alguém para chamar de meu Amei Só pensava na farra Soltei as amarras lá em Curitiba Fui morar em Salvador E perpetuar-me em outro ser Procriei Meu negócio era aprender E apreendi Tudo tem seu tempo debaixo do céu Pensei O tempo ainda não era preocupação Pois o que desejava era ação Os dias não param de correr A gente nem pára para pensar E a vida acontece sem cessar Vivi E tudo acontecia sem nada prever Trabalhava e estudava Nas horas de folga ia pra praia Quando dei por mim O tempo era passado Sofri Cansado de tanto trabalhar Mesmo já tendo concluído universidade Resolvi de novo estudar... Mas para o Senhor do Tempo isso é natural Ao nos mandar tão fatal destino Senti Tranquei-me num Seminário E fiz filosofia e teologia Voltei a ser menino E tentar reter o tempo É total loucura E isso nem mesmo o tempo cura Conclui Pois eu retive o tempo Apesar dos contratempos Neguei-me a crescer O tempo de crescer passou O tempo de seguir findou O tempo de sonhar cessou Daí Sentia que vivia fora do tempo Ao sabor do vento Aproveitava cada momento O que tivermos feito de nós mesmos O que deixarmos que os outros nos façam Nada disto levaremos E sabe não me arrependo Porque fui vivendo e aprendendo Mesmo sofrendo as dores da solidão Casei, tive duas filhas e já criadas... Separei Fiz mestrado E resolvi escrever Somos iguais à relva do caminho Passaremos Sem noção palmilhava as estradas Rumo ao desconhecido O tempo corre tão rapidamente E quando nos damos conta de repente Ao olhar o espelho Mesmo na rapidez do tempo Não tentei segurá-lo Vivendo o presente Ou na revelação daquela foto Constatamos que o tempo é passado O que fomos e o que somos está mudado E agora ao olhar meus retratos amarelados Rebobino as doces lembranças do passado Em nossa mente passa aquele filme Como em um reply Sim! Revejo o meu filme E por vezes me atenho No relance de um lance Porém, nada se perderá realmente E o que foi irá voltar a ser Em outra criatura O que de mim se foi... Num instante A mim retorna novamente Em outro ser Em mim, em ti E já sendo outro momento Mesmo assim... Sou de novo um menino Enfim Deus se compraz de sua criação E vai se repetindo para sempre E a vida viverá indefinidamente... E sinto com alegria Que nada planejei Foi Ele que me conduziu Como uma garrafa jogada ao mar Então, sorri! Também guardo sorrisos... Porque percebi que vivi! Dueto: Lourdes Ramos e Hildebrando Menezes Nota: Perdoe parceira se neste dueto os meus versos a ti não submeti. Veja o poema em vídeo: TEMPO DE NÓS DOIS...- http://www.youtube.com/watch?v=GmoMn4-iiX4

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