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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Faço-te amor! - Duo: Silvia Mota e Hildebrando Menezes - Poetas do Amor e da Paz



Faço-te amor! - Duo: Silvia Mota e Hildebrando Menezes - Poetas do Amor e da Paz
http://www.youtube.com/watch?v=wq8h0WDRFZ0

Empurra a porta, meu bem,
busca recanto obscuro;
que não se veja a ninguém,
que só nos ouça o escuro!

Entrei! Por querer-te também
Queria mesmo esse ungüento
Ávido de um “certo alguém”...
Sabes assim que não agüento!

Que fechem olhos do gueto,
que não se escute o alarido;
em sinfonia, prometo,
serás amor em gemido!

Ah! Assim eu logo piro
Entre sussurros calados
Cheiro leve e suspiro
Essa pele tão perfumada

Abraça... Aperta... Me esfrega,
não peças, nunca, só toma;
vira-me – bruto – navega,
arrocha mais a redoma!

Preferes o amor selvagem?
Coxas famintas servidas no prato
Olha vou engatar a libidinagem
Sacio logo essa tua fome no ato!

Que rapidez o teu sexo,
é um vendaval – desatina!
Mostra-se a mim, circunflexo,
revitaliza-me a sina!

Sou mesmo todo intrépido
Não segura aí o teu orgasmo
Da mais fina arte nascido
Degusta meu viril espasmo

Ensarta a lança, que em riste,
veeiro firme é agressor;
neste portal, leite alpiste,
prega-me os braços em dor!

Encadeio a flecha no alvo
Certeiro na busca do amor
Será que assim serei salvo
Desse solfejo arrebatador

És meu furor, sou-te esboço,
singro por mares e espumo;
num beijo doce ao pescoço,
rebolas dorso – és consumo!

Deixas-me em completo torpor
Navego no corpo os abraços
A alma sente enorme calor
Afagos a tirar teus cansaços

E, no arrebol destas ancas,
brincas na ponta da língua;
se a cada parte me espancas,
a minha força se míngua!

Mergulho seco em teu seio
Para lamber-te em fatia
Parando bem ali no meio
Fonte... Seiva de empatia

Entrego-me toda e tão pura,
mordes-me a carne dourada;
Minha lambida será tua cura
Para engolir-te em seguida

Quase estremeço, em tortura,
num gosto amora, enlevada!
Ato e desato nessa fartura
Premio a quem é tão amada

Teso, bem firme, abusado,
abusa a fenda roliça;
e fica, assim, cavalado,
a provocar-me a nabiça!

Sou por ti assim inspirado
Cavalgo e te entrelaço
Como imã fico acoplado
Assim copulo meu laço

Ouvido mouco aos meus ais,
persegue o gozo, latente;
se grito e grito: - Não mais!
não pares, vai... sou candente!

Percebo tua força indolente
E irei aportar no teu cais...
A minha nau imponente
Até você gemer e pedir mais

Difícil, vem, animal,
quero-te insano, abissal;
sou-te telúrica e anal,
sei-me tão bem - nada igual!

Que dirá o diário de bordo
Para essa loucura labial
Nesse ritmo eu transbordo
Bordará a aureola boreal?

Embocas-me em fantasia
e no antro santo és pagão;
desnudo-me, à revelia,
em show de manha e tesão!

O que esperavas desse tição
Com teu lampejo que inebria
Se me atiças a imaginação...
Fervilho a paixão que vicia

O nosso fogo é fecundo,
olha meu céu aos espelhos:
faísca a jóia do mundo
nos verdes olhos vermelhos!

Nem sei de onde sou oriundo
Apenas esboço e encolho
Quero ir ao gosto profundo
Para onde olho e te acolho

Rebolo... Ah! Que te embolo
e se te enrolo, em ti rolo;
a tiracolo te colo,
num ato solo, te assolo!

Aprecio o duo e o grelho
Arrolo teus versos no prelo
Na prosa sei o que espelho
A labareda derrete esse gelo

Deleite em gozo indomável,
és-me entre júbilo e dor;
derramas leite inefável
nesta caverna do amor!

Exploro a tua gruta astuta
Jorro ali o líquido indolor
Implorando a tua escuta
É meu jeito de te dar valor

Que lento, agora, é teu corpo,
em meu talento ressoas!
Que lento, agora, é meu corpo,
nesta prisão, só tu voas!

Cheguei ao ocaso, não por acaso
Hei de renascer mais intenso
Não sou fera ferida de casos
Proponho reacender o incenso

Aperto as coxas, fremente,
quero perder-me a este gozo;
quero comer-te anuente,
tão quente, assaz, tão gostoso!

Estou entregue e demente
Sou teu suculento alimento
Pronto ao embate fremente
Envolto em cada momento

Repousa em mim teu cansaço,
molhado, assim, do meu cio;
refaço-te, enfim, ao regaço,
que a versejar silencio!

Odisséia de beijos e abraços
Eu que era córrego... Virei rio
Um náufrago nos teus braços
De fio a pavio em mar bravio

Peço-te, amor, nesta hora,
que não te vás do meu riso;
mas, se te fores embora,
diz que me adoras... Preciso!

Como hei então negar se imploras
Está bem claro que tanto te adoro
E direi isso aqui e também lá fora
Mas, por favor, veja se não chora

Porque agora... Vou mesmo embora!

Duo: Silvia Mota e Hildebrando Menezes

http://www.recantodasletras.com.br/cordel/3262301
http://silviamota.ning.com/profiles/blogs/fa-o-te-amor

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