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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Bolinha de Papel...

Bolinha de Papel...
http://www.youtube.com/watch?v=g91_5AKn7mo



Não sou PT... Sou Chamex!
Sou branquinha e sou Sexy
Adoro careca de vampiro
Desfila que solto o meu tiro

Desde menina que procuro

Cabeças alopradas ao vento
Minha rival é uma fita crepe
Que é mais forte e me cola
Fui a destaque na escola

Mas saí mesmo da sacola

Para a glória da história
A contar tudo em poesia
Em plena luz daquele dia
Foi lá em Campo Grande

Que apareci na televisão

Ato heróico de grande comoção
Entrei garbosa na eleição
O país inteiro me assistiu
A Globo fingiu que não me viu...

Mas a SBT esperta me filmou

E a Record depois constatou
Eu toda faceira e brava
Acertando bem no alvo
Da careca do SERRA!

A fita crepe invejosa...

Enviada pelo casal JN 45
Mais pesada e pegajosa
Estava fora de cena e evasiva
Veio logo puxar uma prosa

Mostrou ser mais agressiva

Quis roubar o meu emprego
Pra tirar o meu sossego
Vou contar-te um segredo
Que agora já perdi o medo

Pra te dizer que foi... DILMAIS!

Hildebrando Menezes
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdealegria/2572029
Bolinha de Papel...
http://www.youtube.com/watch?v=g91_5AKn7mo

sábado, 16 de outubro de 2010

DOA-SE UM AMOR - Um Duo...



DOA-SE UM AMOR - Um Duo...
http://www.youtube.com/watch?v=aHnCNR78twU

Doa-se um coração
Apto para boa emoção
Pronto a qualquer explosão
Para sentir intensamente a vida pulsar

O espaço é amplo e terno
Doce, macio e quentinho...
Adora como nunca um bom carinho
Mesmo usado por outros amores no passado

Possui vários compartimentos
Para abrigar os melhores sentimentos
Nele somente os bons momentos são guardados
Pulsando vivo sem desespero

É valente, poderoso e impetuoso
Livre, desprovido de trancas...
Embora tenha suas manhas
Está sempre de portas abertas...

Não aprisiona e só liberta
Para não sufocar...
Respira só o bom ar do amor
Com todo seu esplendor...

Há interesse
Para ocupar esse espaço?
Se sim...
Me dê aí uma pista, um traço...

Também quero um pulso gostoso...
Que me ame e permita ser amado
Me trate com jeitinhos e carícias
Sem pressa...mas interessado...

Saiba amar, compreender, desejar...
Acolha os meus mimos sem pestanejar
E aceite todos os meus também
Pelos simples toques da vida que passar

Essa doação é por tempo ilimitado
Só trará bons resultados
Além do meu amor encontrar o seu
O teu coração tem que vibrar ao meu lado

Se enfim souber mantê-lo
Com toda ternura e puro zelo
Minha procura chegou ao fim
Ao orvalhar meu sossego
E ser feliz por amar...assim!

Duo Hilde e Enise
Nota: Assista em vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=aHnCNR78twU
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/2558607

Esse é o meu, o seu, o nosso jeito de amar... Sem tolher, bisbilhotar ou afogar, pelo contrário... Só gosta de afagar, seja no toque, seja na fala, seja no olhar... No que há de mais puro, simples, sincero e é assim que em nossos vídeos, versos, pensamentos e atos nos entregamos, nos doamos, sem ciúmes, invejas, medos, maledicências ou outros quaisquer poderes do mal que não seja apenas este de amar... Quer conosco compartilhar? Hilde & Enise

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Durval Muniz: Um convite à reflexão

GIL APOIA DILMA

http://www.youtube.com/watch?v=Ieo35nt2PUo&feature=player_embedded

Durval Muniz: Um convite à reflexão

Dois Projetos Radicalmente Diferentes

Durval Muniz de Albuquerque Júnior

Estamos num momento decisivo da vida brasileira, onde qualquer omissão pode ser imperdoável. Eu, que faço parte da parcela ainda privilegiada de brasileiros que conseguiu concluir um curso superior e fazer uma formação pós-graduada, não ficaria com a consciência tranqüila se não viesse a público, neste momento, com o uso daquilo que sei fazer: refletir, pensar, para tentar contribuir no sentido de dar um mínimo de racionalidade a um processo eleitoral que, muito pela influência de determinados setores da mídia, mas infelizmente também com a participação decisiva de candidaturas como a de José Serra e Marina Silva, descamba para se tornar uma discussão obscurantista, rasteira, mistificadora e preconceituosa, sobre temas e aspectos nomeados genericamente de “valores”, que interessam de perto aos setores mais conservadores e retrógrados da sociedade brasileira, fazendo ressuscitar dos porões das almas, das mentes e do interior da sociedade forças e subjetividades microfacistas.

Dirijo este texto àqueles que fazem parte como eu desta parcela letrada da sociedade, notadamente, daqueles alojados no interior da Universidade, e que, para minha surpresa e decepção, vêm manifestando a intenção de votar em José Serra no segundo turno das eleições. Como estou escrevendo para pessoas que julgo estar sob o império da racionalidade, nem me vou ocupar de rebater os motivos e argumentos apresentados para não se votar em Dilma Rousseff, em uma das campanhas mais sórdidas, mais caluniosas, injuriosas e preconceituosas já levadas a efeito no país, com a participação decisiva do candidato Serra e da mídia golpista que o apóia, a mídia que medrou e engordou durante a ditadura militar, campanha só comparável àquela de 1989, que levou ao poder o queridinho das elites brancas da época: o caçador de Marajás, Fernando Collor, (e todos sabem no que resultou aquela aventura amparada em retórica e práticas tão farisaicas, despolitizadoras e moralistas como as que embasam a atual candidatura tucana).

Embora pareça que para estes meus colegas, de estômagos fortes, não causa repugnância e náusea uma candidatura que explora e incentiva o tradicional desapreço e desprezo das elites brasileiras pelos nossos vizinhos da América Latina, pelos africanos e pelos asiáticos (o que fica demonstrado pelos ataques do candidato ao Mercosul, à Unasul, a chefes de Estados de países vizinhos democraticamente eleitos, alguns deles pertencentes a grupos historicamente excluídos naqueles países.

Na crítica à política externa do governo Lula mal se disfarçam a xenofobia e o racismo de nossas elites que sempre se julgaram brancas e sempre tiveram os olhos voltados para os Estados Unidos e para a Europa, onde na verdade sempre sonharam em viver; a política externa de FHC, onde o presidente falava inglês e o chanceler como um lacaio tirava os sapatos para passar nas alfândegas dos países desenvolvidos mostra bem isso); uma candidatura que explora o preconceito contra as mulheres, candidatura sexista, machista e misógina, que claramente tenta desqualificar o lugar da mulher na política e que utiliza a velha tática de pôr em suspeita a sexualidade de toda mulher que ousa desafiar os lugares reservados aos homens (com a conivência de inúmeras mulheres ditas independentes e feministas entronizadas como comentaristas na mídia, como Maitê Proença que chegou a convocar os “machos selvagens” para nos livrarem de Dilma; ressalte-se ainda o silêncio cúmplice de grandes lideranças intelectuais e políticas feministas ligadas ao PSDB, que deixo de nomear por respeito às suas trajetórias, que não deveriam necessariamente votar em Dilma, mas se posicionarem veementemente contra o tipo de campanha que faz o seu partido.

Este silêncio poderá custar caro à muitas conquistas feitas pelas mulheres. Me pergunto como pode ser que intelectuais deste quilate possam estar silenciosas diante do uso aético e mistificador da questão do aborto pelo candidato tucano, será que uma vitória eleitoral compensa a perda de uma reputação construída durante anos na luta das mulheres?

Ainda está em tempo de romperem o silêncio!); uma candidatura que explora e acirra o preconceito contra os homossexuais ao espalhar em emails apócrifos e criminosos na internet a suspeita de que Dilma seria lésbica (e qual o problema se fosse, sabemos com que órgãos de seu corpo ela exercerá a presidência); uma candidatura que açula o preconceito contra o pobre e o nordestino, que como sempre são tomados pelas nossas elites de classe média como aqueles ignorantes, que não sabem votar, que votam com a barriga e não com o cérebro, mesmo que estejam votando por defenderem a continuidade do governo que de longe foi o que mais beneficiou estas duas populações (porque votar em defesa do Bolsa Família, do Minha Casa Minha Vida, é menos racional que votar em defesa dos lucros exorbitantes conseguidos pelos beneficiários do processo de privatização, inclusive os grandes grupos de mídia e do banqueiro que aposta sempre no Meu Banco, Minha Vida?); uma candidatura que faz das mentiras mais descaradas e das promessas mais fajutas a sua apresentação (toma para si feitos dos outros, copia programas das outras candidaturas, promete fazer o que sempre fez diferente quando esteve no poder).

Claro que não vou perder meu tempo discutindo com vocês, que até agora não vomitaram e ainda continuam convictos do voto em Serra, argumentos de enorme racionalidade para não se votar em Dilma como: ela é um poste, ela matará criancinhas (repaginação sofisticada por Mônica Serra, como costuma ser toda repaginação de quem veste Daslu, a honesta Daslu, de conhecido enunciado anticomunista), ela roubou um banco, ela é assassina, ela vai fechar as igrejas, ela acabará com a liberdade de imprensa e outros argumentos ainda mais sofisticados como: “eu não fui com a cara dela”.

Por respeito a vocês todos que acho não seriam capazes de acreditar nestas baboseiras, passo a tratar de uma única justificativa que me pareceu racional, apresentada para o voto em Serra: o sucesso do governo Lula, que todos admitem, até mesmo o candidato Serra que subiu na sua garupa em plena propaganda eleitoral gratuita, teria se dado por este continuar o modelo de gestão perfeito e vitorioso do príncipe dos sociólogos Fernando Henrique Cardoso (há longo email na internet defendendo este ponto de vista racional e respeitável), embora este tenha sido escondido sistematicamente das campanhas do PSDB desde que deixou a presidência seguido de um sentimento de alívio nacional e já vai tarde na maioria de corações e mentes, até nos de muitos dos que hoje esquecidos ou arrependidos tentam salvar o seu legado e resolvem votar em seu candidato.

Como sou historiador, e este profissional tem como ofício ir ao passado para justamente olhar o presente de outra perspectiva, vou lançar mão de alguns traços da história do pensamento econômico no Brasil para tentar convencê-los de que no dia 31 de outubro estarão em confronto dois projetos radicalmente diferentes de país, duas maneiras distintas de interpretar e entender a sociedade brasileira, sua história, sua dinâmica econômica e social, formas radicalmente distintas de pensar a inserção do Brasil no capitalismo globalizado, nas relações internacionais, formas distintas de pensar a dinâmica do desenvolvimento e o papel que o Estado e as distintas classes e grupos sociais desempenharão neste processo.

E quando digo ser radical é justamente porque, como sabemos, radical é algo que se dá desde as raízes, desde suas matrizes teóricas e políticas. Pretendo mostrar que Serra e Dilma representam projetos bastante distintos para o país, porque PSDB e PT representam formulações teóricas distintas da realidade brasileira. Como estamos diante de dois candidatos que não despertam muitas paixões, talvez possamos ter discussões mais racionais, desde que se esteja disposto a se explicitar o projeto que cada um representa (além de representar sua enorme ambição pessoal, seu projeto de ser Presidente da República, de fazer parte da galeria de nossos Presidentes, sonho que ele já realizou, pelo menos na propaganda eleitoral e espero que só lá; Serra representa um projeto de governo que não pode explicitar, que não pode revelar sob pena de não ser eleito, por isso ele protocolou como programa de governo no TSE um discurso, mesmo assim tendo a candidatura deferida: por lá também os amores serristas parecem ter se intensificado, até com trocas de telefonemas amáveis).

Para entendermos o jeito PSDB de governar temos que entender as matrizes teóricas que sustentam suas ações. É inegável que o intelectual orgânico, para usar um conceito caro a Gramsci, deste partido é o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, intelectual respeitado mundialmente.

Emir Sader já perguntou perplexo uma vez: o que pensa o Serra? Ninguém sabe, ninguém viu. O hoje elevado a condição de elite das elites, o guia das “massas cheirosas”, segundo a Catanhede, que se saiba nunca teria concluído os cursos de graduação que diz ter e sua Tese de Doutorado, da qual voltarei a falar, anda desaparecida da única biblioteca em que está depositada (por que será que o vaidoso Serra nunca traduziu e trouxe a lume sua obra máxima?).

Ele passou oito anos no governo FHC, exercendo diferentes cargos, sempre aparecendo na mídia como estando à esquerda no partido, como crítico de Malan, como alguém que criticara o Plano Real, mas jamais escreveu algo sobre isto e no governo permaneceu.

Como gestor de mandatos nunca concluídos, não foi capaz de imaginar uma política pública, um programa de governo que possa se dizer original e criativo, se notabilizando mais por desmontar e destruir o que vinha sendo feito antes, até mesmo pelo seu companheiro de partido Geraldo Alckmin (pensem nisso amigos queridos, se duvidarem de mim, pesquisem sobre o desmonte dos programas sociais e educacionais deixados pela Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo). Não é preciso dizer dos inúmeros prêmios internacionais recebidos por diferentes gestões do Partido dos Trabalhadores em municípios, Estados e agora nos dois governos Lula por imaginar e criar inovadoras políticas públicas (se duvidarem, pesquisem: só o Presidente Lula já ganhou até agora mais de duzentos prêmios internacionais, há um site não nacional que se dá o trabalho de arrolá-los todos).

Mas como dizia é no pensamento de FHC que devemos buscar as raízes das propostas pessedebistas para o país. É na Teoria da Dependência, da qual Fernando Henrique foi um de seus formuladores, notadamente na corrente chamada de weberiana, que rivalizava com a chamada corrente marxista encabeçada por Theotônio dos Santos e Ruy Mauro Marini, que devemos buscar o entendimento de como o PSDB vê o país e seu povo, inclusive sua classe empresarial, já que, como sabemos, Cardoso se dedicou a fazer uma sociologia do empresariado brasileiro, de seu comportamento e pensamento.

A Teoria da Dependência surge no início dos anos sessenta, diante da crise crescente apresentado pelo modelo nacional-desenvolvimentista de matriz cepalina que esteve na base da política econômica de governos tão díspares e que a realizaram com ênfases distintas como os governos Vargas, Juscelino Kubsticheck e João Goulart.

Quando uma vez na Presidência da República, Fernando Henrique se propôs a enterrar a era Vargas, ele estava realizando o projeto da Teoria da Dependência que criticava algumas formulações básicas do pensamento cepalino e neoclássico, que na versão henriquiana se afastava também das leituras marxistas tanto vindas do pensamento da CEPAL, quanto no interior da própria Teoria da Dependência, propondo assim o desmonte do Estado nacional-desenvolvimentista e populista, fantasmas que são brandidos hoje pelos economistas e “experts” de plantão convocados pela mídia, que estariam sendo reabilitados pelo governo Lula. Em entrevista com Dilma, Miriam Leitão chegou a comparar o que seria o nacional-desenvolvimentismo de Lula com a política econômica da ditadura militar. Como disse sutilmente Dilma: a Leitão sempre ouve o galo cantar mas não sabe aonde.

É inegável que as formulações econômicas, mas também sociais e políticas do governo Lula têm a sua matriz no pensamento nacional-desenvolvimentista cepalino, mais precisamente no pensamento do maior economista brasileiro, o paraibano Celso Furtado, por quem Lula sempre teve uma admiração quase devocional. Como sabemos Celso Furtado se manteve ativo, produzindo e participando diretamente da vida política brasileira até pouco tempo antes de sua morte.

Seu pensamento passou por reformulações e ajustes, mas manteve uma espinha dorsal que, como tentaremos deixar claro, é a própria espinha dorsal do projeto que hoje a candidatura Dilma assume e que queremos ver continuar com ela. É preciso ainda chamar atenção para dois aspectos relevantes: o atual Ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi mesmo dentro do PT identificado como um nacional-desenvolvimentista, dedicou seu trabalho de doutorado a estudar o pensamento de Celso Furtado e, é preciso lembrar ainda, que Dilma Rousseff começou a sua militância administrativa no Rio Grande do Sul, ligada a um governo do Partido Democrático Trabalhista, encabeçado por Leonel Brizola, muito próximo das formulações nacional-desenvolvimentistas.

A grita e o arreganho de dentes, sem pejos, da mídia neoliberal no Brasil se deve ao fato desta identificar em Dilma não uma mera continuidade, mas um aprofundamento da visão nacional-desenvolvimentista em seu governo em relação ao governo Lula. A acirrada querela em torno dos destinos da Petrobrás, empresa símbolo das conquistas que o nacional-desenvolvimentismo de inspiração cepalina trouxe para o Brasil, assim como em torno dos destinos dos financiamentos do BNDES, que não podemos esquecer teve como seu formulador e primeiro Presidente Celso Furtado, torna claro que o que está em jogo nestas eleições não é a religiosidade ou não da Dilma, sua sexualidade, sua experiência administrativa ou seus “valores”, são de “outros valores de que se trata” (como a Marina e seus seguidores verdes, pelo menos os sinceros, foram cair numa armadilha dessas, como podem manchar uma trajetória de vida e política de anos se colocando a serviço de forças e interesses que parecem desconhecer, tudo por causa de quinze minutos de fama na Rede Globo, que a teria triturado com os mesmos argumentos vis e baixos com que faz com Dilma se ela efetivamente tivesse viabilidade eleitoral).

Pecado mortal de Furtado e de Lula, ambos olharam para o Nordeste, ambos são filhos deste rincão enjeitado do país, onde medra uma das piores elites políticas desta terra, ambos não abriram os olhos no planalto paulista, onde luminares como Otavinho Frias e a família Mesquita distribuem a agenda para o país, em consonância com um partido que nunca lançou uma candidatura que não seja paulista, deixando claro a falta de visão de Brasil que os assaltam, como assaltava à Teoria da Dependência. Formulador da SUDENE e seu primeiro superintendente, Furtado sempre apostou no Estado como indutor de uma política de industrialização capaz produzir o desenvolvimento apesar da dependência externa.

Sabemos que desde que FHC aderiu às teses neoliberais, pois estas já estavam em germe em seu pensamento, como deixaremos claro a seguir, a crítica a esta centralidade do Estado, de seu papel como indutor de políticas cambiais, fiscais, de investimento, de distribuição de renda, de combate às desigualdades regionais e sociais, que alavancassem um desenvolvimento endógeno do capitalismo brasileiro, será a pedra de toque do discurso econômico do PSDB, por isso mesmo se aliando a um partido de extrema direita, o antigo PFL, agora DEM, com vagas formulações liberais, um baluarte na luta pelos interesses dos grandes grupos privados nacionais e internacionais em detrimento dos interesses nacionais.

Desmontar o Estado, desmontar as empresas duramente criadas e conquistadas à duras penas com a acumulação de capital realizada pelas políticas nacional-desenvolvimentistas passou a ser a obsessão dos governos do PSDB, tendo em Serra um dos maiores entusiastas, a abrir seu sorriso cheio de gengiva sempre que batia um martelo e entregava o produto de anos de suor dos trabalhadores brasileiros para os capitais nacionais e internacionais, muitos de duvidosas origens, outros sendo agraciados com ajudas vultosas do BNDES para comprarem com dinheiro público e privatizarem o que era público.

Tanto a Teoria da Dependência, quanto a Teoria do Desenvolvimento, elaborada pelos cepalinos, revista e aperfeiçoada por Furtado, concordavam em superar a visão apenas sistêmica e baseada no equilíbrio de fatores da economia neoclássica. Ambos por vias distintas, vão aliar as reflexões econômicas com reflexões sobre as estruturas e relações sociais no país e o papel da política e do Estado na gestão da economia. Podemos dizer que ambas refletem o impacto que representou o pensamento keinesiano para o campo econômico, e sua capacidade de formular as políticas públicas que retiraram os EUA e o restante do mundo da crise sistêmica de 1929.

Só que ambas divergem num ponto fulcral, notadamente na versão weberiana encarnada pela obra de Fernando Henrique Cardoso e Enzo Faletto: ambas concordam que o subdesenvolvimento é produto do próprio desenvolvimento do capitalismo, que se dá desigualmente gerando um centro e uma periferia do sistema, que tende a reproduzir subordinadamente a dinâmica que é dada pelas economias centrais e seus modelos. Ambas concordam na possibilidade de haver desenvolvimento mesmo na periferia, de haver desenvolvimento apesar da dependência e da subordinação, mas divergem frontalmente de como isto seria possível.

Nesta divergência estão as raízes das divergências entre as políticas não só econômicas, mas sociais, de relações internacionais, de alianças políticas, de formulação de políticas públicas que estão representadas nas candidaturas Serra e Dilma. Na Tese de Doutorado que defendeu nos EUA, Serra teria criticado a política econômica do governo Allende do qual participara, com Allende já morto e deposto pelo golpe de Estado apoiado pelo governo americano (Serra parece adorar criticar os governos de que participa, pois quem conhece a peça sabe de sua megalomania e de sua vaidade infinita, além de que, aqui, amigos, merece uma parada para reflexão: como é que alguém que serviu ao governo Allende vai parar nos EUA e é recebido pelo governo que patrocinou o golpe no Chile, terá sido para Serra escrever o que escreveu?).

A crítica se centra não apenas no combate ao pensamento cepalino, esposado ainda por setores presentes no governo chileno, como no combate a Teoria da Dependência em sua versão marxista, que não acreditava ser possível haver desenvolvimento nos países periféricos sem a derrubada revolucionária do capitalismo. Talvez a mistura explosiva do reformismo cepalino com o revolucionarismo daqueles que pensavam diferente de FHC, que sempre descartou a necessidade de uma revolução socialista para que o desenvolvimento se fizesse na periferia do sistema, tenha levado ao desastre da política econômica de Allende atacada na Tese do aspirante a Presidente da República pelo PSDB. Talvez assim possamos entender porque Lula e sua política econômica já foi chamada por grandes luminares da imprensa e da vida parlamentar de bolchevista e até de albanesa (seriam ilários, se não fossem tão primários).

A diferença matricial entre as duas posturas gira em torno da possibilidade de um desenvolvimento capitalista, porque é disso que se trata, não de revolução ou bolchevismo, feito na periferia, colocando como centro do processo a aliança estratégica entre empresariado nacional, Estado e classes trabalhadoras por um lado e os setores externos por outro, aquilo que FHC andou chamando de mexicanização, venezualização, retorno do peronismo (como usa bem e precisamente as categorias nosso sociólogo).

Para as formulações cepalinas lá dos anos cinqüenta, com seu nacionalismo típico da época, as forças externas eram encaradas como obstáculo ao desenvolvimento do país, assim como as forças internas a eles aliadas como os setores agrário-exportadores. Mesmo reformulando mais tarde estas ideias, Furtado mantém a opinião que o processo de desenvolvimento, em países como o Brasil, deve ter como motor as forças econômicas, sociais e políticas nacionais, que saibam inserir o país na economia global, mas tendo seus interesses estratégicos sempre à frente e bem definidos.

Para ele, o Brasil tinha um enorme potencial de crescimento endogenamente gerado por seus amplos recursos naturais, por já ter internalizado e desenvolvido o processo de industrialização, devendo ampliar bases técnicas, tecnológicas e educacionais próprias, o país já possuía a enorme potencialidade de um grande mercado consumidor de massas, bastando para isto que fossem prioritárias em qualquer política econômica a ênfase em mecanismos distributivos de renda e de redução das desigualdades regionais.

O governo Lula e o sucesso reconhecido mundialmente, até pelos órgãos de imprensa econômica mais conservadores, de sua política econômica, aliada a políticas sociais de distribuição de renda, como o Bolsa Família e a política de valorização do salário mínimo, provou que as teses de Furtado estavam certas. Foi por ter criado um mercado de consumo de massas no Brasil, com a ascensão de parcela significativa da população para as classes médias e a retirada de outras tantas da linha da pobreza absoluta que o Brasil pode enfrentar e vencer rapidamente, com suas próprias forças, a grave crise que vivem os países centrais do capitalismo.

A Teoria da Dependência de FHC nunca acreditou na possibilidade de se fazer o desenvolvimento sem que a direção do processo se desse nos próprios países centrais do sistema. Avaliando como sociólogo a mentalidade empresarial brasileira, FHC sempre foi pessimista em relação a esperar das forças nacionais o nosso necessário desenvolvimento.

Daí por ser um crítico de primeira hora das ideias cepalinas que vêem o elemento externo como obstáculo ao desenvolvimento nacional, que dá imediatamente enorme audiência ao seu discurso no mundo e, por incrível que pareça, entre nossa elite empresarial que parece ter aceitado com gosto e alegria o lugar menor e subalterno que o pensamento da dependência lhes reservava, talvez porque sempre no fundo se sintam não pertencentes ao país, mas estrangeiros em sua própria terra.

Estas formulações da Teoria da Dependência mal disfarçam que requentam teses já bastante gastas entre nossas elites letradas da incapacidade de nosso povo para a civilização, para o progresso, para o trabalho livre, para o desenvolvimento. Nas formulações pessedebistas há clara desconfiança em relação ao nosso povo.

Esta é uma diferença crucial entre Dilma e Serra; Dilma acredita que nosso povo, se estimulado, se receber crédito, se receber salário, se lhe forem dadas condições educacionais e de renda, tem condições de construir um país soberano, capaz de traçar suas próprias estratégias, sem que para isso tenha que se fechar ao mundo, mas tendo uma visão alargada do próprio mundo, não vendo nele apenas o Norte, mas enfatizando a diversificação dos mercados e das relações políticas, diplomáticas e culturais, enfatizando as relações Sul-Sul, tornando o Brasil um país capaz de ajudar a impulsionar o desenvolvimento dos seus vizinhos e países assemelhados ou em níveis piores de pobreza e desenvolvimento humano. Mas se muitos luminares do PSDB não querem que se seja solidário nem no interior da nação, como mostram as políticas predatórias, a guerra fiscal movida covardemente pelo Estado mais rico da nação contra os menores Estados, e a implicância histórica serrista com a Zona Franca de Manaus.

Foi a Teoria da Dependência que inspirou já o primeiro programa econômico apresentado por um candidato tucano a concorrer à Presidência da República. O “choque de capitalismo”, prometido por Mário Covas em 1989, foi finalmente realizado por Fernando Collor e continuado nas duas gestões de FHC e se mostrou efetivamente chocante para a sociedade brasileira. A ideia de que seria expondo os setores da economia brasileira à concorrência externa, abrindo a economia para os fluxos de capital internacionais, privatizando os setores estratégicos dominados pelo Estado e os entregando a moderna gestão empresarial internacional, que se faria o país desenvolver-se, se modernizar, palavra mágica para a Teoria da Dependência henriquiana, se torna o centro das políticas econômicas do PSDB. A concorrência externa também afetaria as relações de trabalho e emprego, as modernizaria, levando a ruína à estrutura burocrático-estatal montada pelo nacional-desenvolvimentismo.

Acompanhada de políticas austeras de gastos públicos, com a redução do Estado, com a modernização e desburocratização da máquina pública, aliada ao combate à inflação, teríamos garantido o desenvolvimento sustentável, aquele que, como vimos, só dava para sustentar os privilegiados de sempre e aos novos que chegaram como um enxame de vespas no lastro do processo de privatização. Ao final, o brilhante resultado desta política, que dizem que Lula apenas continuou, pinçando aspectos menores da política econômica anterior (política de metas de inflação, de superávit primário, de contingenciamento de recursos do orçamento, política de câmbio flutuante, que se esquecem os serristas que só foi adotada depois do desastre provocado pela política de câmbio fixo e Real supervalorizado do pucboy Gustavo Franco, política que empobreceu grande parte do país, mas gerou superlucros nos setores exportadores, principalmente agroexportadores que são eternas viúvas de FHC, como mostra mais uma vez as vitórias serristas em Estados como MT, MS, PR, SC e SP, que se dane a maioria, se a minoria de sempre lucra e muito, está ótimo) que foram mantidos mas subordinados a uma lógica macroeconômica diversa: o país quebrou três vezes, a cada crise econômica em um país lá fora, pois sua economia foi atrelada e completamente exposta às vagas do capital financeiro internacional, fazendo o país acumular uma criminosa dívida em moeda estrangeira, dívida que o governo Lula tratou de reconvertê-la em moeda nacional, garantindo maior soberania sobre as contas internacionais; a quebradeira de setores inteiros da indústria nacional, com o desemprego e a falta de esperança sendo tônica de todo o período, (se reconhecemos que outros setores se dinamizaram como o de telefonia com a privatização, o de energia resultou no apagão histórico de FHC, pois o Estado deixou de investir), o arrocho salarial entre o funcionalismo público, a terceirização e precarização dos serviços se ampliaram, piorando a vida dos mais necessitados do Estado; para os das classes médias que não precisam dos serviços públicos ficou o deslumbramento das novas marcas estrangeiras nas vitrines e dos novos modelos de carros importados e celulares, agora todos se sentiam globais, viviam em Miami, a festa para poucos era geral.

As estradas viraram só buracos, com a exceção daquelas privatizadas, como as do Estado de São Paulo, entregues a grupos privados em troca do melhor preço no ato da concessão e não do menor pedágio, tal como feito no governo Lula, estratégia pensada por Dilma – basta comparar os preços dos pedágios do PSDB e do PT e se notará o jeito diferente de governar, pois se governa para outros grupos sociais, não é para as classes médias apenas, mas principalmente para incluir os mais pobres.

As estradas de ferro sucateadas, a indústria naval e a indústria bélica desmontada, a aeroespacial privatizada. Os brasileiros mais pobres começam a se submeter a migrarem até para o Japão em busca dos empregos que a Petrobrás gerava lá ou na Austrália. Amparada em ampla campanha midiática, que buscava desmoralizar a grande empresa estatal brasileira, o esvaziamento econômico e técnico da Petrobrás preparando para privatizá-la, levou ao trágico acidente do afundamento da Plataforma P-36 (o mesmo governo que não fora capaz de fazer a avançada tecnologia de uma caravela navegar, coisa que os portugueses, tidos em tão baixa conta, já o havia feito desde o século XIV, afundavam uma plataforma e com ela pretendiam afundar a Petrobrás) tal como ocorre agora com os Correios, que sofre inegável campanha de desmoralização, na esperança de que seja a primeira jóia da coroa que Serra, uma vez eleito, leiloará para que assim como na privatização da telefonia se candidatem a OESP, a Globopar, a Folha da Manhã, o Grupo Abril, que tantos esforços fazem em eleger seu candidato do coração e do bolso.

Para concluir, pois já me estendi além da conta, para que vocês meditem bem sobre o passo que darão ao entregar o país a um homem como José Serra, que a mídia que ele financia com dinheiro da educação, enquanto trata os professores de São Paulo a cacetetes e bombas de gás lacrimogêneo, diz ser o mais competente e preparado, convido vocês a ir ao Youtube e assistir um vídeo de uma entrevista dada por Serra ano passado, quando do auge da crise econômica, ao jornalista serrista e de conhecida história de adesão à extrema direita Boris Casoy, onde Serra aparece indisfarçadamente eufórico, com a possibilidade que a crise viesse acabar com a popularidade do governo Lula e facilitar as coisas para ele este ano. Para que sua vontade pessoal de ser Presidente se efetive, como bem diz Ciro Gomes, Serra pisa até no pescoço da mãe, e é capaz de torcer contra o país, que a população venha sofrer este não é um problema para ele, postura que parece ser de muitos de vocês companheiros que resolveram votar em Serra, desde que suas razões particulares justifiquem um voto que pode significar o retorno à miséria de amplos setores da sociedade brasileira, mas vocês têm este direito, votem e depois durmam o sono dos justos.

Mas esta entrevista explicita o desastre que teria sido se ao invés de Lula, de Mantega, das formulações furtadianas que eles representam, fosse o ninho tucano e sua teoria da dependência (dependência ao Norte, diria o pândego e arguto Paulo Henrique Amorim) que estivessem no poder. Serra, do alto de sua sabida arrogância e prepotência, tratou logo de desqualificar todas as medidas tomadas pelo governo Lula, com o riso cúmplice e hiênico do Casoy que arrematou que Lula estava fazendo diferente do que todo mundo estava fazendo nos países centrais do capitalismo (que petulância, como pode discordar do centro), ridicularizaram a fala do Presidente de que aqui a crise seria uma marolinha, e seria sim pois os fundamentos da economia brasileira eram outros bem diferentes da era FHC: tínhamos acumulado grande quantidade de reservas internacionais, ao contrário de perdê-las como com FHC, havíamos nos livrado do monitoramento e das restrições impostas pelos acordos com os organismos internacionais, havíamos pago a dívida com o FMI e Clube de Paris e Lula e Mantega não precisavam mais chamar a Brasília a senhora da mala do FMI a cada vez que se precisava tomar uma decisão em matéria de política econômica, industrial, cambial, financeira, salarial, etc, ou seja, Teoria da Dependência gera o que a nomeia, não duvidem.

Serra pomposo dizia: como reduzir impostos agora que todos os Estados querem preservar seu poder de investimento, como aumentar salários agora que eles tenderão a cair, como ampliar investimento no momento em que a arrecadação vai declinar. O sábio, o preparado Serra fez em São Paulo, o que faria no Brasil, aumentou impostos em plena crise, arrochou como sempre os salários (pergunte a um delegado de polícia de São Paulo o que ele acha do salário dele e porque o PCC só cresce), suspendeu investimentos, privatizou a Nossa Caixa, única empresa estatal que restava, rapidamente adquirida pelo governo federal através do Banco do Brasil, que saiu assim fortalecido da crise.

Quando viu o sucesso da política de Lula que, acima de tudo, conta com aquilo que Serra não tem e nunca vai ter: carisma e popularidade, indo a televisão convocar todos a continuar consumindo, explicando como só ele sabe fazer para a população porque era preciso manter o ciclo virtuoso da economia e não se deixar contaminar pelas nuvens negras profetizadas pelos urubólogos e urubólogas serristas de plantão na mídia e pelos próprios partidos da oposição, correu para copiar algumas medidas tomadas pela equipe econômica que ele havia chamada de inepta, que não tinha a brilhante trajetória de gestor econômico que ele tem.

Façam isso, por favor, assistam a este vídeo, e se ainda assim quiserem entregar o Brasil a Serra, que o façam, mas minha consciência estará tranqüila, tentei fazer um esforço em alertá-los. Eu e o Brasil esperam que mudem de opinião e ele não vença, se mesmo assim ele vencer vou torcer para que eu não venha a me divertir tanto quando encontrá-los, quanto me diverti meses após a posse de Collor, vendo os meus colegas coloridos que haviam votado no caçador de marajás e não no sapo barbudo com medo de perderem suas poupanças, reduzidos a CR$ 50,00 em suas contas. Assim como Collor, Serra sempre faz o que diz que não vai fazer, tenham cuidado. Abraço carinhoso a todos e um feliz e refletido voto para vocês e para o Brasil.
Fonte: http://www.viomundo.com.br/politica/durval-muniz-um-convite-a-reflexao.html

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Tantos poderes...tantos! - Duo: Hilde e Enise




Tantos poderes...tantos! - Duo: Hilde e Enise


Na fogueira das vaidades
O que arde são as imperfeições
O que impera é a iniquidade
No fogo raso das razões...

Onde a sutil delicadeza...
Fugiu pra dentro dos porões
E a essência da vil beleza
Pegou carona nos vagões...

Na fogueira das vaidades
Sobram rasteiras e peixeiras
No cardápio são servidas baboseiras
Que mutila os versos das canções...

Os tantos poderes tantos... Desgastam e Cansam
Mergulhados na fadiga dos enquantos
No duelo entre as intrigas inimigas
Que implicam com as ilusões...

Um poder que não respeita os poetas
Os amantes sem etiquetas
Cultua a inveja e o ciúme sem silhueta
Na base dos ardis e dos queixumes

Aborta do ventre a simplicidade
Dissemina o luar com a maldade
Maltrata com mentiras e inverdades
Todos os caminhos da justa felicidade

A pureza multiplicada é castrada
Cambaleia pela estrada em agonia
A natureza não derrama o amor em rebeldia
Como fosse sua hora de dourar

Ao ódio só sobrou verter seu drama
Pouco importa se ele cresce ou inflama
E pelas lágrimas sem dono aqui sofridas
Do poeta sensível ao abandono

Só restou romper passível como abono... A porta da despedida!


Duo: Enise e Hilde
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdetristeza/2543032
Veja o poema em vídeo:
Tantos poderes...tantos! - Duo: Hilde e Enise
http://www.youtube.com/watch?v=rC1ptLv4jhQ
Não é só na política que as inverdades, invejas e ciúmes poluem nosso ambiente, mas também na literatura, no convívio poético onde as vaidades afloram e se levantam falsas amizades com suas garras tenebrosas. É preciso estar atento com essa práxis odiosa e não se deixar levar por ela. Enise uma amiga querida de todas as horas soube bem escrever comigo e dar esse valioso recado neste vídeo reflexivo e imperdível. Hilde

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

FASCINANTE OLHAR! - Duo: Lufague e Hilde




FASCINANTE OLHAR! - Duo: Lufague e Hilde
http://www.youtube.com/watch?v=VKQOt7f4KSc

Vi o aveludado tempo vestido de cetim
Senti a carícia das horas como festim
Vi o fogo cobrindo a água de paixão
Senti a ternura envolvida em tua mão

Vi a razão enamorada da emoção
Senti a explosão sutil em comunhão
Vi o inseto trajado de verde esperança, a louvar Deus
Senti o trajeto completo do amor até se dar o adeus

Vi o pote de ouro em amarelo atômico, na ponta do arco Iris
Senti o teu corpo matando minha sede como a de um chafariz
Vi a mulher gerar esperança em seu ventre de luz
Senti a doçura da criança que sabe rir e a tudo seduz

Vi uma revoada de alvos pombos em sincronia em plena madrugada
Senti o bater das asas desbravando os ares a trazer a paz na chegada
Vi a doce flauta, em harmonia com a vibração dos lábios ecoando melodia
Senti a tua música a arrepiar-me a pele como a chamar à fina sintonia

Vi o chilrear das andorinhas em busca do frescor do inverno.
Senti a festa do encontro dessas almas em esplendor interno
Vi o clarear cintilante dos raios de sol, abraçando a solidão
Senti a penumbra iluminada invadindo as frestas do coração

Vi o canto do silêncio, aconchegando a calma do sossego
Senti todos os sons e tons maviosos a invadir o meu abrigo
Vi em ritmos frenéticos os rosados flamingos, em dança p’ra amar
Senti o balé dos cisnes na ponta dos teus pés a flutuar e encantar

Vi a lua de abril prateada iluminando as promessas de amor
Senti se postar no mar do horizonte a estrada desse luar
Vi a lua de queijo dando-se em oferta num beijo
Senti na rua a beleza tão pura dos teus desejos

Vi o fim do horror, pondo fim ao horror sem fim
Senti o dissipar dessa dor, ao se aproximar de mim
Vi o beija flor a beijar a borboleta, no orvalho da manhã
Senti a metamorfose da lagarta construindo o amanhã

Vi o rio e o mar no encanto do acasalamento em procriação
Senti o nado sincronizado dos peixes a pulsar essa criação
Vi o paraíso brotar em matizes de cores meu jardim de emoção
Senti cada improviso no aviso esboçado destes versos em oração

Vi pingentes coloridos da chuva, caindo sobre mim
Senti pelo olhar um espectro luminoso sem fim
Vi a ilusão oferecer-se dissimulada em taça de vinho
Senti em meus sonhos estas palavras de eterno carinho

Vi a realidade embriagar-se nessa taça de ilusão
Senti que sem ti vivo ébrio e só coberto de desilusão.

Duo: Lufague e Hilde
Nota: Veja o poema em vídeo:
FASCINANTE OLHAR! - Duo: Lufague e Hilde
http://www.youtube.com/watch?v=VKQOt7f4KSc

Vi a plenitude da beleza poética de Lufague
Senti a vibração do violino na composição mágica
Vi a arte mais linda desfilando na passarela
Senti que o amor é possível neste vídeo incrível
Vi seis mãos e três corações em comunhão
Vi e senti a verdadeira poesia... Hilde

terça-feira, 5 de outubro de 2010

LÁBIOS de MEL - Duo: Maria das Graças Araújo Campos e Hildebrando Menezes



LÁBIOS de MEL - Duo: Maria das Graças Araújo Campos e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=jawH8k5BT9I

Virgem, teus doces lábios quero beijar
Permita-me encostar e roçar os meus
E afagar os teus cabelos cor graúna
Retirar dali o valioso néctar e o sugar

Sou beija-flor em busca de teu mel
Tuas pegadas seguirão nas dunas
Flutuo meu vôo célere em teu céu
Farejo áridos caminhos com a nau

Eu seguirei...

Cantando o amor qual cotovia
Dissipando as tristezas com alegria
Meus braços a esperar o teu abraço
No enlace que alivia os meus cansaços

Continuarei a te buscar...

E no melhor instante à luz do dia
Nas águas desse mar bravio
Suportarei as dores e os desvarios
Encontrarei a ostra e o que há nela

Trarei a ti a pérola mais bela
E farei dela um belo colar
Pra te ofertar!
Que vai reluzir à luz do luar

E nessa noite irei cantar...

Iluminado eu serei
Oh, doce musa
Contemplo a tua força
Que fecundas em doçuras

Contigo não sinto amarguras

Teu corpo é vereda
De meu sobreviver...
Nele e por ele farei o amor crescer
Transbordando meu ser até morrer!

Duo: Maria das Graças Araújo Campos e Hildebrando Menezes
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdeamor/2499759

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Triângulo amoroso gostoso - Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes



Triângulo amoroso gostoso - Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=rxuCuUMWOx0

Se diamante mesmo bruto é valioso
E o gênio da mademoiselle temperado
Nem precisa de um tira-gosto
Prepare-se que vem chumbo grosso

Imagine a TPM à teu gosto
Se console com o após do teu agrado
Não há vivente que te agüente
Quando ela chega desequilibrada

Se o dar de ombros é desgosto
Faniquito, artimanha ou desgrado
Tome lá um enorme cuidado
Ou disfarça e mande um preposto

Pensa cavalheiro, no teu rosto
Úmido, trêmulo, enamorado
Tímido e por ela tão apaixonado
Irá sofrer horrores dolorosos

Mademoiselle santa é odioso
Reza o terço, não tem pecado
Faz novena às dezenas e centenas
Mas a alma ali está condenada

Não deseja a vida a seu posto
Só diz sim ao seu amado
É mulher desmiolada...
Ele aprecia a difícil por ofício

Se cavalheiro é mesmo tosco
E não enfrenta vil badalo
É selvagem até o talo
Um dia apreende a correr risco

O bem querer é frágil e fosco
E não vale o arregalo
Mas se beber no gargalo...
E cheirar bem o seu pescoço

Terá a sobremesa e o almoço.

Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiassurrealistas/2528859

Mulher é mesmo uma sofredora e paga todo mês um alto imposto. De um ‘desgoverno’ que pela TPM lhe tira em quatro dias, cada gota de seu sangue. Portanto, todo o cuidado é pouco. Trate-a com redobrado carinho e leve-lhe flores com mil cheirinhos no pescoço se é que você é bom moço e quer na mesa, na cama, sua sobremesa e o almoço. Caso contrário... Prepare-se que virá chumbo grosso que vai doer com gosto na veia e no osso (Risos).
Triângulo amoroso gostoso - Duo: Sheila Assis e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=rxuCuUMWOx0
http://muraldosescritores.ning.com/profiles/blogs/triangulo-amoroso-gostoso-duo

AMOR X PAIXÃO - Duo: Gil Façanha e Hildebrando Menezes




AMOR X PAIXÃO - Duo: Gil Façanha e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=bLqhrekTKbs



Amor: Quem és tu, que se atreve a me desafiar, sem saber onde vou parar se insistires em me derrotar?

- Queres por acaso jogar-me a um precipício com teus incontroláveis impulsos? Sou madeira de lei e não me presto às aventuras insanas que tu proclamas.

Paixão: Eu sou o princípio do teu começo, ou o fim do que podes ser. Depende de tuas raízes, ou do que fazem de você.

- Possuo a têmpera do heroísmo e a coragem do soldado valente. Sou àquele que constrói a arte e que empresta a chama aos dementes e carentes.

Amor: Como ousas vir com todo esse calor, deturpando o significado do amor, levando ao coração a dor?

- Não me retire a razão a empurrar-me na contramão. Sou obediente aos meus princípios e não me atrai os teus malefícios.

Paixão: Não cheguei com essa intenção. Sofrer, não está em minhas mãos. Vim apenas oferecer o sabor que tem a paixão.

- Sou mesmo perigoso e admiro o jogo que dá o sabor, a pimenta e o tempero. Sem mim és insosso, inodoro e preguiçoso.

Amor: Vá ao encontro de quem está só, do meu coração tenha dó... Ou esse amor pode virar pó.

- Preciso de sossego. Saboreio o silêncio como meu conselheiro. Não hás de me tirar do sério
com tuas promessas plenas de miscelâneas e de mistérios.

Paixão: Vim apenas pra te aquecer, esse coração nunca vai esquecer os prazeres que lhe pude conceder.

- Venha cá e me abrace. Aqueça-se no calor do meu corpo. Sou volúpia... Orgasmo! Gozo! Tua pele na minha é FOGO!

Amor: Se vieres pra ficar, desse cantinho eu partirei. O amor só governa uma alma, onde antes a paixão já foi rei.

- Não conseguirás me tentar porque tudo em mim é equilíbrio, vontade bem dosada e a paz é a minha morada.

Paixão: Não quero um embate, ou luta sentimental. Se por acaso você for o tal... Não se preocupe... Minha visita será banal.

- Mas te aviso e fique de sobreaviso... No furor dos meus encantos até o diabo vira santo...
Portanto se prepare pra ficar inquieta pelos cantos.

Amor: Uma grande paixão, nunca parte sem deixar marcas. O amor, por ti também já foi ferido. Quando carentes estão os corações, é em teus braços que eles encontram abrigo.

- Porém não me faça desdita com tua voz insinuante e teus encantos sedutores porque sou duro na queda e quando enganado viro uma fera.

Paixão: Então chegamos a uma conclusão! Se fores amor de corpo e alma, nenhuma paixão alcançará teu coração.

- Mas fique sempre alerta porque sou traiçoeiro e se me der brecha entrarei porta adentro e farei em ti a festa.

Amor: Mas se fores paixão de pele e fogo, daquelas que os amantes não conseguem esquecer... Ainda que eu seja o amor... Eles sempre lembrarão de você.

- E mesmo adoecido pela paixão bandida só me resta cicatrizar as feridas e dar-te a despedida da lida da vida.

Paixão: Então... Por amor partirei

- Mas regressarei ao teu chamado

Amor: E a força da paixão... Nunca esquecerei.

- E a ternura e doçura do amor para sempre lembrarei.

Duo: Gil Façanha e Hildebrando Menezes
http://recantodasletras.uol.com.br/duetos/2528040
AMOR X PAIXÃO - Duo: Gil Façanha e Hildebrando Menezes
http://www.youtube.com/watch?v=bLqhrekTKbs