quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008
O Poder da Ternura...
O Poder da Ternura...
Ternura é como a força da semente
Vingando a terra rasgada
Restituindo à natureza
Um sopro da sua jornada...
É como algodão entre os cristais
Amacia a dureza da vida...
Transcende a espécie humana
Como o que a ostra devolve
Mesmo machucada...
Conduz atos e sentimentos
É o revestimento d'alma
Solta encantos
Está por trás das duras máscaras
Se expõe quando o amor é um acalanto...
Ela é o começo
Embalada desde o berço...
É o termômetro do ser amoroso
Não a trate com desdém...com desprezo
Somos feitos das suas somas
Até a sensibilidade é uma de suas filhas...
A ternura não é uma ilha...
Quando descuidada
Logo vem a angústia...a amargura
Se desprezada...vira um ser odioso
Já numa overdose...tudo fica tão gostoso...
Cada um percebe a ternura de um jeito
Nada a ver com “ser meloso”
Embora se exponha aos invejosos
Aos famintos de afetos...
Há quem tenha a ternura no olhar
Quem a recebe ao ofertar
Como um beijo de madrugada
Um chá quente no inverno...
Uma ternura prisioneira...desconhecida...
Sem os olhos voltados à própria vida
Nascem os queixumes
Presos às amarras dos azedumes...
No fundo ela quer a liberdade
Para se expor de verdade...
Se não sentir uma ternura
Sua alma inquieta...reclama nervosa
Como numa ansiedade sem meta
Os nervos à flor da pele
Só aquietam quando ela desperta e se liberta...
Ao retomar o caminho
Com açúcar e carinho
Mesmo sem o intelecto esperto
A soma das compreensões e ações
Conduz e é conduzido no prumo certo...
Neste processo amplo e sensitivo
Burilado...encaixado..emaranhado
Parido no olhar de quem vê
E do coração de quem vem...
Todos querem uma ternura também...
E você, quais tem?
Enise/Hilde
Edição em vídeo:
http://br.youtube.com/watch?v=GNF6vrfXn5U
Força Selvagem
Há uma força selvagem
Que habita o nosso ser
Está lá...contida...escondida
A toda e qualquer hora
Pronta pra surgir n'aurora
Para a briga...lamber as feridas
E é ela que nos impulsiona
Nos leva às conquistas...
Dos nossos sonhos queridos
À enfrentar as tempestades
Ter coragem...impetuosidade
Acostumada a ir em frente
Vencer as adversidades
Sem perder a garra. Autenticidade!
É ela que dá o estalo...a motricidade.
Essência...espírito...consciência
Velocidade na ação...impulsão
Explosão...nos caminhos da vida
Enfeitiça o seu dia...cobre de magia
Muda o seu fuso horário ao contrário
Mas o mantém no sistema solar
De linguagem bem ao estilo animal
Só diz límpidas e claras verdades
Agreste. Abrupta. Indomável. Pura!
Meio sábia...meio insana. Soberana.
Quando ela manda. Obedeça! Aconteça!
Ela ordena a desordem anárquica. Impetuosa!
Suntuosa...deságua cachoeiras de encantos
Faz renascer e replandece mil belezas
Sua ausência...faz-nos seres amorfos...
Insôssos...estéreis...corpos mortos
Já viva...reaviva...desperta e motiva
Cuide bem dessa força...porque ela é!
A maior e melhor das suas riquezas
Sem a qual seríamos meros prisioneiros
Viciados...agonizados de medos e incertezas
E o nome dessa valiosa força da natureza?
É L I B E R D A D E !!!
Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008
Código do texto: T852749
Borbulhas de Amor
Lá no porão de mim mesmo
No meu baú de jacarandá...
Guardado a sete chaves
Escondo mil segredos...
Que rebobino todas as noites
Quando contemplo a lua cheia
Uivando como lobo em fantasias
Arrepio todos os meus pêlos
Repasso passo a passo...
O traçado de minha história
Rememoro as alegrias...as dores
Próximas do meu passado
Como fiel escudeiro...protejo
Todas as lembranças...os beijos
Invariavelmente solto o sorriso
Ao recordar alguma trapalhada
E como é bom sorrir feito criança
Ao perdoar as próprias lambanças
Volta e meia corre uma lágrima
Contida...estampada...arregaçada
Correndo com lentidão na face
São as saudades de uma idade tão feliz
E é nessa hora que ouço as trombetas...
Os acordes de um violino vibrando
Como a me chamar para a dança
Então...tudo se faz festa ...alma cresce
A tristeza dá adeus...vai embora
Começo a borbulhar amor
Meu coração fica no maior calor
Minh'alma começa a versejar
Tudo vibra...pula...canta...grita...ecoa
Solto as amarras e vou para a proa
Velejar meus sonhos...respirar contente
Fecho o baú e escrevo o meu poema
E assim vou viver até morrer...
Sem nunca querer perder a chama
De minha breve e poética existência
Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Publicado no Recanto das Letras em 09/02/2008
Código do texto: T852718
País do Amor
Nessa intrincada 'solucionática' do amor
Fico aqui com meu tutano a matutar idéias
Por que uns tem tanto amor e outros nada?
Um é sempre tão pleno e despojado...
O outro tão morrinha, sovina e acanhado?
Aí eu penso que deveria haver um medidor do amor
Como há com a energia elétrica que produz a luz
Se você recebesse um tantão assim de amor...
Não poderia distribuir só um tantinho assim
As situações seriam mais equânimes...justas.
E estaria resolvida a misteriosa equação do amor
A central de distribuição amorosa seria o coração
Que mediria desde a pulsação até a emoção
Haveria o amor numa espécie de socialização
Do qual ninguém ficaria sem seu valioso quinhão
E quem fosse 'pão duro' ficaria apenas na mão
Nesse universo seria proibido represar amor
Os que mais gastassem seriam os mais ricos
Haveria uma loja aberta o tempo inteiro...
E os produtos etiquetados com atenção
Por exemplo: Um pacote de ternura se obteria...
Só pela troca de um pacote de carinhos
Já o invólucro de beijos...só pelo de abraços
Os agrados assim seriam sempre trocados
Ninguém com 'olho gordo' ou mágoas
Porque o amor seria de todos...everybody!
Tudo seria recíproco... do olhar... ao toque
Sem nenhum fardo de solidão nos ombros
Seríamos uma sociedade...uma bela nação...
Cuja única preocupação seria a produção do amor.
E pode lhe parecer uma grande bobagem...
Mas confesso...que lá no fundo...mais profundo
Todos iríamos querer viver nesse utópico mundo.
Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2008
Código do texto: T851457
Manto
.
Se puder...
Roube de mim a tristeza
Devolva-me com o sabor
Das tuas certezas de amar...
Se conseguir...
Roube de mim os limbos
Devolva-me com os teus mimos
Para neles eu navegar...
Se quiser...
Roube de mim a sombra
Devolva-me em outra figura
Para eu me enfeitar...
Se coincidir...
Roube de mim o sonho
Mergulhe nele mansamente
Antes do meu acordar...
Sem me encabular
Mimetize nos teus olhos
A perola azul da minha alma
Que gira sem pensar...
Se cansar
Junte o vento com as mãos
Deixe que o vasto manto
Cubra em silêncio a tua solidão...
Se teu coração desafinar
Cumpra o que me prometeu
Una o teu canto ao meu
No tom que desejar...
Se me esquecer
Darei adeus à brisa
Que me trouxe a ternura
Sentida por ti...
As palavras agora perdidas
Sem ‘aquela’ inspiração
Correm na vastidão do rio
Num leito sem pensamentos...
Como um sol ao bocejar preguiçoso
Deita seus raios espaçosos
Nas pálpebras da noite mal dormida
Espera um outro momento chegar
Sob o manto da minha despedida...
Enquanto o manto da chuva
Fecunda a terra no cio
Retiro-me do jogo de cena
Cerrando os versos do poema
Com o gosto do vazio
Assombrados pelo manto do luar...
Enise
Confissões... Incontidas!
Não contenho o meu desejo
Do afago e de dar-te um beijo
Que saboreio ao ler teus versos
Explodindo aqui por todo este peito
Quero roubar-te as tristezas
Cobrindo-a de sutis delicadezas
Fazê-la sentir-se bela e plena...
Poetisa valiosa...delicada...soberana
De há muito tuas palavras...
Me tocam...cativam...sensibilizam
És o raio de sol da minha breve vida
Só tu me aqueces e me dá a real guarida
Contigo meus dias são de festa
Alegras...despertas a minha'alma
Que feliz e saltitante se manifesta...
Rabiscando palavras que te chamam
E o diálogo poético logo grita e clama
Tal a força da chama que me queima...
Lá de minhas entranhas... surge o verbo
Clamando aos céus pela tua presença
Para desvendar os intrincados mistérios
Declamados em lágrimas naquele 'manto'
Tão profundo e tão sentido... no teu canto
Despertados lá no fundo do teu pranto
Não consegui deixar de ouvir e sentir...
O eco propagado...do teu grito estampado
Ao chamar-me...não resisti em ficar calado
E saí de minha solidão ao teu encontro
Vejo-a com clareza nas tuas incertezas
Àquelas que insistem invadir a tua mente
Mas não deixe que pertumbem os teus sonhos
Nasceste para o brilho que avisto no horizonte
Não cansarei de dizer aos quatro ventos
Que és a mais perfeita musa das musas...
Afinada...refinada...dedicada...talentosa
Mulher explendorosa...dádiva da espécie
Meu coração quer ficar unido ao teu
Quando desafinado... buscarei o tom...
Seguindo o compasso dos teus passos
Porque sei que tu és o meu colo macio
E vou segurar com emoção em tuas mãos
Para afastá-la das violentas tempestades...
Dissipando as tuas pesadas angústias
Os teus sustos... medos ou receios...
Pedirei ao tempo para bafejar a brisa
E acariciá-la com suavidade à tua face...
Dando frescor ao resto do teu corpo
E nesse clima navegaremos juntos
Nesse mar amoroso de ternuras infindas
A inspiração brotará botões perfumados
No jardim enfeitado pela lavra dos poemas
Que comporemos em noites enluaradas
Sem pressa...rapidez... ou mera preguiça
Preencheremos os espaços...os cansaços
Das intermináveis noites mal dormidas
Sem a necessidade de eventuais despedidas
Mas sempre protegidos pela amizade recíproca
Que nos colocou lado a lado no palco da vida
E minha vida só tem sentido...se vivida assim...
Sempre parceiro...de ti... querida!
Hildebrando Menezes
Navegando Amor
Publicado no Recanto das Letras em 10/02/2008
Código do texto: T854237
http://recantodasletras.uol.com.br/poesiasdealegria/854237
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