quinta-feira, 3 de junho de 2010
Grito da Negra Cor rente
Toque no meu corpo negro, forte
Capaz... Na chuva ou no sol
Quero sentir o cheiro da tua pele
Esparramado sobre o lençol
Toque e verá.
Sinta e viverá
Ouço as correntes,
Alucinadas e constantes
O suor gritando no coração do oceano.
Iludido no mirante
Venha! Refaça os teus planos
Do nascer ao poente
Seja forte e resista.
Tudo parece difícil,
As tempestades e as marés
A lua brilha mais ao teu olhar
Somos fortes,
Capazes... É isto!
Solte o teu grito
Acode e acorde o infinito
Do teu sangue tão bonito
Canta negro! O nosso canto é forte.
A tua suave melodia que me vicia
Alivia as minhas dores
Venha explodir e amores
Toque no corpo suado,
Surrado pela sorte...
Recorra a tua garra
Solte as tuas amarras
O nosso canto é forte!
São menos de 150 anos de libertação
A construir a nossa história
De lágrimas e de glórias
Levamos na memória o nosso canto de dor
O canto mais forte
Um dia ecoou
Do sul, do norte
Leste, oeste, centro-oeste
Nordeste e sudeste
A vencer a morte
Com a vida no ventre
Tem gente que ainda critica
O canto que nunca cantou,
Não sabe a delícia
Da suave malícia
Da magia que enfeitiça
Trago no peito,
Na raça e na mente:
A igualdade sempre para a nossa negra cor rente.
Dueto: Débora Moreno e Hildebrando Menezes
Nota: Inspirado no poema original de Débora Moreno “ Negra cor rente”
Veja o Poema em Vídeo: Edição de LuLinda
http://www.youtube.com/watch?v=fZz2VW9TOqs
Amor, Cor, Dignidade, Humana, Liberdade, Negra, Raça
Neste vídeo uma prova de SUPERAÇÃO de todas as dores do mundo colocadas nos seus ombros, pelo medo e preconceito dos homens. LuLinda soube captar, como ninguém o havia feito até hoje, nesse grito de cor agem, cor rente, dignidade, liberdade, fibra, raça, enfim o que está escrito e editado no poema, nas imagens, na música, no brado mais bonito de amor dos poetas que quiseram emiti-lo pelos versos de Débora Moreno e Hildebrando Menezes.
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