terça-feira, 29 de abril de 2008
Sensibilidade solitária...Acolher reflexivo
Sensibilidade solitária.
Nada é mais sensível
Susceptível e flexível
Que o coração do poeta.
Quando tudo parece terrível,
A aurora nos presenteia
Com sua poesia e alegria.
Tudo pode! Nada é proibido!
Tudo é permitido!
Sua poesia constrói sonhos...
Por onde navegam os amores
E 'trocentas' milhões de dores.
Muito mais que legiões de Maria
Se vestem... se despem de fantasias
Sofrem sem ter uma só companhia.
Os lençóis da cama onde se inflamam...
Cheiro de cio no ar... gritam ausências
Dessas almas povoadas e iluminadas
Atiçadas se insinuam em infinito ardor
Nos calorosos ninhos de amor.
Frágeis, delicadas e poderosas...
Que se vêem a sós desconsoladas
Porque lhes falta a pessoa amada.
Aí a alma voa e sobrevoa...
Através dos versos proferidos ao vento.
Como uma gaivota faminta... mira!
E se atira ao encontro da caça
Como nova possível esperança.
Solta o seu mergulho transmutado
Em águia que vislumbra a presa
Na boca o canto maldito da fome.
Faminta dos beijos envolventes,
Os desejos descontrolados e ardentes.
De um beijo...um cheiro...um abraço
Mendigo na busca das pobres migalhas...
Vira fera com a sofreguidão das esperas.
Quão é dolorida, triste e amarga...
Pelos maltratos ao desprovido coração,
Descuidado pela terrível solidão.
Quer o alimento do amor dos seus sonhos
E quando vislumbra lá do mar profundo
Uma sereia que saltita o rabo rebolando
Num saracotear de vai-e-vem
Pedindo que a siga para onde estiver nadando.
Enlouquece ao ver que ela não aquece
A volúpia que corrói às suas entranhas
É porque a musa também vira gaivota...
Igual os desejos transpostos pelo poeta.
E aí é um Deus nos acuda...de vontades
Tesão...desejos...excitação...anseios
Há o choque de dois bicos sedentos
Vontades que ultrapassam os limites
Em estado de entrechoques carentes.
Assim caminham as almas dos poetas
Sofrem..almejam...gritam...solfejam
As suas sensibilidades solitárias
Entregues à dor da própria sorte
Duo: Graci/Hilde
SENSIBILIDADE SOLITARIA
Veja o poema em video
http://br.youtube.com/watch?v=8-2E8RYMkCc
* Poesia de Graciele Gessner e Hildebrando Menezes *
* Edicao e Montagem: Enise. *
28.04.2008
* Se copiar, favor divulgar a autoria.
Criação e arte: Rosana Buarque
Texto: Hildebrando Menezes
Acolher reflexivo
É ato generoso...
acolher o outro.
Sonhar bem junto...
Fazer o conjunto.
Dar o colo quente...
Ouvir contente.
Abraçar somente.
Silenciar a mente.
Tocar em gente.
Olhar o poente.
Cheirar o cangote.
Dar seu suporte.
Consolar o doente.
Respeitar o diferente.
Entender a morte.
Contar com a sorte.
Não perder o Norte.
Endoidar de amor.
Curar-se da dor.
Ser sempre amigo.
Poder contar contigo.
Aproveitar o sossego.
Oferecer abrigo.
Lutar comigo.
Andar descalço.
Romper percalços.
Tecer seus laços.
Acariciar em abraços.
Vencer cansaços.
Acertar seu passo.
Apreender com os erros.
Calar seu sofrimento.
Conter seus lamentos.
Entoar seus encantos.
Pensar e ser confiante.
Versar como amante.
Adormecer pequeno.
Acordar um gigante.
Tentar ser brilhante...
Sem ser arrogante.
Hildebrando Menezes
http://br.youtube.com/watch?v=GiT0ldubqVU&feature=email
domingo, 20 de abril de 2008
Andarilho...Transmutação do beijo
Andarilho
A inspiração vem de tudo...do nada
Perguntas com respostas caladas
Ao andarilho das palavras
Nada é mera bobagem
Através do vento faz sua viagem
Com causa...sem muita explicação.
Na sua caminhada
Entre os versos...e vazios
Vai consumindo e produzindo
As emoções em romaria...
Enterrando as ilusões
Sob o barro da poesia...
Canta como uma rouca cotovia...
Emaranhada ao amanhecer...
Beijando...Sugando...
As gotas do orvalho
Das sensações comandantes.
É errante
Mendiga amores
Ameniza as dores
Farrapos das estações...
Adoça as bocas malditas...
Mela a saudade inaudita
Roto dos veios maltratados
Que aflige os corações...
Foge do tempo...
Se perde no espaço
Recorre ao pensamento supremo...
Nas suas criações...
Deseja o sempre...
Permeia o talvez
Festeja o nunca
Como se a vida...
Não fosse acontecer
Usa o talvez como argila
Protege seus poréns
Passeia por verbos extremos
Nestes vais e vens...
Seus desejos insanos...
Sagrados ou profanos
Como fosse o último ser humano
De coitos contidos...ventando
Dos gozos sofridos...sem danos
Tua alma grita e reclama
Entre os sussurros inflamados
Pelos gemidos calados ou declarados
Exprimidos entre a prisão e a soltura
Êxtases inexplorados...
Fundido nas esperas
Rendido em todas as esferas...
Vigia das próprias agonias...
Aguarda as invasões dementes...
Abreviadas pela realidade
É carente de eternidade...
Refúgio da sua saudade...
Sem sofreguidão...
Solfeja latitudes
Amplia os braços
Na infinitude de qualquer amor...
Ébrio...louco
Rompe a escuridão
Com intensidade...bebe a loucura
Com ansiedade mergulha sua magnitude
Tão pura...na imensidão...
Pouco...ou muito...
Andarilho dos
Verbos...sedas...
Envereda nas palavras ...
De vida tão plenas...
E numa única voz...como labaredas...
Explode toda a sua emoção...
Enise/Hilde
Veja o poema em vídeo
http://br.youtube.com/watch?v=O9zxFSm8GmQ
Transmutação do beijo
Você já deu daquele beijo parafuso...
Sim! Àquele que te deixa confuso
Um encaixe perfeito...com jeito...
Não solta...enrosca...acopla...
Cola...enrola e não desgruda
Linguas dançam no céu da boca
Alçam o vôo e te levam às estrelas
Teu corpo sente ele por inteiro
Esse tipo de beijo é coisa louca
Entorpece...amortece...enlouquece
Mas você nunca mais esquece
Não dá pra mentir depois...
Que o ato foi só de amizade
Mas também não dá...
Pra você fingir que foi só sexo
É forte! Misterioso. Complexo!
Transcendente. Único. Exclusivo.
Porque foi mais que um beijo ou desejo.
Foi a explosão do amor...com seus trejeitos.
Uma mistura...uma alquimia...a química
Do tesão...da paixão e da ternura
Troca mútua...nascida...transmutada
Lá das profundezas de dois seres
A delícia das delícias nas melhores carícias
Navegação ardente das peles...revoltas
Em ondas balançando soltas emoções
Incursão repleta e divina que nos completa
Nos seus...nos meus...lábios em festa
Interligados...ocupando o mesmo espaço
Esses são beijos que não mentem
Não há palavras que os descrevam
Da forma...no sabor que acontecem
E o bom e mais gostoso... todos o merecem
É nosso direito. Busque! Vá atrás...
E não descole quando ele chegar...
Aproveite-o!
Hildebrando Menezes
Veja o poema em vídeo
http://br.youtube.com/watch?v=hMzt0xlnfMQ
quarta-feira, 9 de abril de 2008
Régua e Regras...Sob o fio da navalha
Régua e Regras
Passe a régua
Nos vínculos
Nas inconseqüências...
Nas impossibilidades...
Faça regra...
De sentimentos generosos
Ousadias no seu cotidiano
Harmonia plena na vida
Passe a régua
Nas incertezas
Com destrezas
Sem afinidades...
Faça regra
Ao pensar e agir
Com carícias e sorrisos
Tesão e desejos
Passe a régua
Na esperança
Nos vales que prosperam
Sob os seios da eternidade...
Faça regra
De amar sem esperar
Doar para salvar
Compor para encantar
Passe a régua
Nas angustias
Das noites vazias
Nos desencantos
Que te enviam
Só agonias...
Faça regra
De mundos imaginários
Com a ternura d'alma...
Rebeldia às injustiças
Passe a régua
Nas impurezas
No dia fraco,
Na morte incerta
Entre o vago seio
Da sorte esperta
Faça regra
De ruptura ao pudorismo
Falso e superficial
Contra invasões da privacidade
Passe a régua
Nas lembranças
Nas compensações
Nas recompensas
Dos falsos dias...
Faça regra
Sem lambanças autoritárias
Que cerceiam a liberdade
Da doçura e da verdade
Passe a régua
Nos amores inacabados
Limpe o profundo vago
Com maestria...
Faça regra
Que acaba com as carências
Procurando a elegância...
Sensualidade estonteante
Passe a régua
No seu ser errante
Curta o poente
Com amor pulsante
Faça regra
Que destrua a intolerância
Na construção de afetos sadios
Para destruição das amarguras
Passe a régua
Nas dores
Arrume a casa com flores
Com volúpia de todas as cores
Faça regra
De buscar a beleza...
Fugaz dos sonhos presentes
No uso do talento constante
Poeticamente amantes...
Réguas e regras vencidas
Degustem o sabor seco e suave
Do néctar vinho da vida!
Enise/Hilde
Veja o poema editado em vídeo
http://br.youtube.com/watch?v=5gDYp4xHUBo
Sob o fio da navalha
Poeta finge ser caçador
Um palhaço invertido
Um catador de sonhos
Arranca presumido
Os estilhaços de sua dor
Pele apertada na alma
Explora as letras
Fluídas como cometas
Ao sair de suas mãos...
Rega dores
Fala dos falsos amores
Abaixo de um sol cego.
Cintila uma lua surda
Destila suas mágoas
Num oceano de escuridão...
Na magra inspiração
O céu fecha-se em solidão
Procura no som das águas
Um vinco lúcido da razão.
É dualista
Poeta...realista
Profeta em cada nova imersão.
Laico, itinerante
Tão brilhante
Como um mosaico de emoção...
Na textura das suas palavras
Aponta como as nuvens fugiram
Quais caminhos o vento seguiu
Atrás de quais carinhos...
Como o porte
Entre o romântico e o sensual
Surgiram
No tênue corte
Da poesia que entalha
Sob o suave fio da sua navalha...
Enise
Poema editado
http://br.youtube.com/watch?v=N1kZkDZJRZE
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