sexta-feira, 6 de julho de 2007
O prelúdio do amor... Bezerra de Ouro... FAZENDA BRASIL
O prelúdio do amor
≈♥≈♪♫♥♫♪♥♫♥♪♫♥♫♥♪♫
Ela surgiu do nada...
Estava distraído.
Estado de torpor.
Nos meus olhos...
Sinalizou...brilhou!
Me dominou.
Sensação estranha...
Tipo teia de aranha.
Fiquei magnetizado.
Boquiaberto. Calado.
Algo inesperado.
Como ela veio?
Por onde apareceu...
Deu forma a melodia.
Era a nota musical...
Que me faltava...
No meu pentagrama.
Na composição.
Sutil emoção
Será que digo isso...
Sopro em seu ouvido...
A minha canção?
Ou espero melhorá-la.
Torná-la mais sonora.
E se fugir a inspiração?
Terei apenas o esboço.
Sem nenhuma expressão.
Neste aflito...conflito...
Pulsa acelerado o coração.
Devo tocar em suas mãos?
Falar da minha paixão.
Tomá-la em meus braços?
Degustar este tesão!
Fico assim na indecisão...
Entre o beijo e o cheiro?
A vontade tímida e louca...
De satisfazer meu desejo.
Me ajude! Meu doce amor.
A compor este prelúdio.
Ensaie comigo. Neste estúdio.
Quero burilar versos contigo....
Deixe-me contemplá-la.
Admirá-la. Traduzí-la...
Tentar seduzí-la.
São encantos sincronizados.
Dos nossos sonhos mais lindos.
Corpos que se tocam sedentos...
Ora lentos...Ora vibrantes.
Enternecidos no mesmo ritmo...
Alegres. Suaves. Intensos.
Tudo é tão bonito...
Melodioso...Sinfônico.
Percebo a mão divina...
Que impulsiona...
É a condutora de uma...
Improvisada rapsódia.
Arte musical produzida...
Parceria realizada.
Do meu querer...
Com seu poder.
De leveza e magia.
Se preciso for...
Chamarei as estrelas.
Vejam como é bela...
Gritará a platéia.
Ah! Como eu a amo tanto.
De todas as maneiras.
Não a deixarei sair mais...
Da minha vida inteira.
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Hildebrando Menezes
Brasília/DF,06/07/2007
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Bezerra de Ouro
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Eu dei dois mil e duzentos...
pra tirar os 300 da minha bezerra.
Quem não quiser acreditar...
Vá pra ponte que partiu!
Vou renunciar. Vou renunciar...Vou renunciar!
É muito melhor comprar desembargador...
e o otário do eleitor...que ser senador.
Brasília já me conhece. Volto Governador.
O Arruda não fez o mesmo? Não voltou deputado?
E onde está ele agora? Hein? Hum? Consagrado...
Logo...logo...o povo esquece. É tudo boi!
Meu único problema...é a fita gravada...
E essa petezada que tá de olho na minha boiada.
É tudo ateu...vegetarianos...são uns vermelhos.
Sou assim Óh! Com a Nossa Senhora...
Só o comunista do Filho dela que não me suporta.
Mas já comprei o padre. Me queixei pro Bispo.
Todo mundo sabe que comigo ninguém pode.
Compro tudo! Do oficial ao juiz e embaixatriz.
Presidente de Banco é meu amigo. Sou Roriz.
Lavar dinheiro é comigo. A grana é meu abrigo.
O que eu quero é minha bezerra de ouro...
Nem que para isso eu te arranque o couro.
Tô renunciando agora...pra segurar meu tesouro.
Mas na próxima eu volto. Ah! Se volto...
É só convocar meus azuis...bicheiros...doleiros...
empresários...juízes do tre e a boiada inteira.
Tenho muito boi...boi...boi...sou Roriz feliz.
Crio pasto...engordo o gado...mas agora?
Que fui flagrado num triângulo vergonhoso...
Encontrei a minha bezerra numa empresa de lixo.
Tô meio decepcionado. Fui traído! Eu tô é cagado!
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Hildebrando Menezes
Brasília/DF, 05/07/2007
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FAZENDA BRASIL
UMA FÁBULA SOBRE OS QUE JUNTAM FABULOSA
RIQUEZA PECUNIÁRIA COM PECUÁRIA
É vida de gado... Enquanto você estava pensando na morte da bezerra, donos de enormes currais eleitorais aumentavam seu pecúlio com aberrantes negócios pecuários. Com cara de boi sonso, eles vêm com aquela conversa para boi dormir, jurando que não tem boi na linha, que foi tudo limpo como leite pasteurizado de vaca premiada, livre de aftosa.
Não fique chorando o leite derramado! Vamos dar nome aos bois: não é vaca Estrela e boi Fubá, é Renan, Roriz, Quintanilha, Jucá... A situação na Ré-pública está de vaca desconhecer bezerro. Mesmo com algumas Excelências enroladas como novilha atolada até o chifre, quem não se sente como rês desgarrada nessa multidão-boiada caminhando a esmo? Aonde a vaca vai o boi vai atrás, e periga chegarmos todos ao matadouro, valendo quase nada a arroba.
Berre, povo marcado, não deixe a vaca ir para o brejo! Não diga amém como vaquinha de presépio, recuse ser gado: chega de avacalhação com o dinheiro da Nação. Damos um boi para não entrar numa briga, mas uma boiada para não sair dela! É o estouro da boiada, que chuta o balde, arrebenta as cercas e caminha, livre, para verdes pastagens.
Só assim poderemos ninar em paz nossas crias, para que elas não chorem como bezerro desmamado:
'Boi, boi, boi, boi da cara preta
Pega senadores que encheram a maleta'
(Expressões populares costuradas por Chico Alencar)
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